22 de dez. de 2009

A felicidade



"A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar"



Porque se a gente não impele vento ao que acreditamos, nossos sonhos estarão sempre à deriva e nunca pousarão no espaço idílico da realização. Porque se a gente não acredita e não tira do mais recôndito da alma forças, mesmo quando tudo parece ir mal, não haverá ninguém que nos levante a não ser nós mesmos. E se por ventura pensarmos em desistir mas ainda assim deixarmos que este vento nos impile a voar seremos tudo que quisermos. Seremos rei, fada ou gnomo, seremos senhores e donos do mundo, seremos o que quisermos ser, mesmo que pareça impossível, mesmo que soe desconexo com o que vivemos, com a nossa realidade ou cotidiano, porque como diria o sábio pessoa, "somos do tamanho do que vemos, e não do tamanho da nossa altura."

18 de dez. de 2009

Liniers

Liniers ou Ricardo Liniers Siri (nascido em Buenos Aires em 15 de novembro de 1973) é um quadrinista argentino. Ele é descendente do vice-rei de Buenos Aires Santiago de Liniers. Ávido leitor, muito novo conheceu a obra de Hergé, Goscinny e Uderzo, Quino, Héctor Germán Oesterheld, Francisco Solano Lópes,Charles Schulz e Herriman. Estudou publicidade, mas não se dedicou a ela. Começou a desenhar para fanzines, e logo passou a desenhar para meios de comunicação profissionais, como Lugares, ¡Suélteme!,Hecho en Buenos Aires, Calles, Zona de Obras, Consecuencias, ¡Qué Suerte!, Olho Mágico, 9-11 Artists Respond, Comix 2000 e outras obras.

O que sei é que Liniers se mostra à mim como um dos mais talentosos quadrinistas dos últimos tempos. Porque alia em seu traço, poesia, criatividade e lirismo, trazendo à tona personagens emotivos, poéticos e pensantes. Numa atmosfera nonsense onde tudo é possível, ele traz para nossos olhos uma festa de cores e sabores, pincelada com pitadas de bom gosto e argúcia; e o melhor, numa língua que a mim é muito cara: o espanhol. Deliciem-se! :


AutoLiniers: blog do artista onde se publica a tira Macanudo.
Liniers: Cosas que te Pasan si Estás Vivo: blog onde o artista publica diversos trabalhos.
Fonte: wikipédia.

12 de dez. de 2009

Do amor


Não falo do amor romântico, 
aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. 
Relações de dependência e submissão, 
paixões tristes. 
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo, 
e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida,
explicada, entendida, julgada. 


Pensam que o amor já estava pronto, 
formatado, inteiro, antes de ser experimentado. 
Mas é exatamente o oposto, para mim,
que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, 
inventado e modificado. 
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. 
O amor é um móbile. 
Como fotografá-lo? 
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo? 
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? 
O amor é o desconhecido. 
Mesmo depois de uma vida inteira de amores, 
o amor será sempre o desconhecido,
a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. 
O amor quer ser interferido, 
quer ser violado, 
quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, 
decidimos caminhar pela estrada reta. 
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, 
e nós preferimos o leito de um rio, 
com início, meio e fim. 
Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico. 
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia. 
Não é no meu sangue que ele ferve. 
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha e 
nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu 
como se fossem novas estrelas recém-nascidas. 
O amor brilha. 
Como uma aurora colorida e misteriosa,
como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, 
o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. 
Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, 
se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço. 
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, 
me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega. 
Morrer de amor é a substância de que a Vida é feita. 
Ou melhor, só se Vive no amor. 
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

Paulinho Moska in:Do Amor 

10 de dez. de 2009

Belo Horizonte


                                                        me encanta
             essa cidade         me espanta
                                       me grita

                           eu menina do interior
sou tomada por essa cidade
sou bebida 
                  e degustada
 e depois cuspida fora
 tornando-me
uma pessoa 
                       diferente

porque nesta cidade 
colorida
nesta cidade cheia de gente e luz
eu aprendo a ser mais eu
no que re e n c o n t r o 
e descubro
no que revejo 
e no que me 
delicio

essa cidade me lê

8 de dez. de 2009

Amar


É como subir num parapeito, se jogar em queda livre e 
cair,
cair 
e cair
 sem ver final.



Amarrar fitas do senhor do Bonfim 
num ventilador e ver seus pedidos entregues ao vento ainda que em pensamento...



Subir uma escada gigante e perceber, já lá em cima, 
que se esqueceu o chapéu de sol e sair mesmo assim sem ele,



                       e queimar a pele, e queimar a voz.



Ser feliz sem pressa, porque há um quê nos apaixonados que os deixam num ritmo particular e lento
tipicamente pueril e doce,como se a vida inteira parasse para ver e ler nos nossos olhos a verdade.



É correr perigo, beber nos olhos da noite, sair à toda na rua e ter medo,
 melhor, ter medo de ter medo e ter medo mesmo assim...



É como sentar num banco sujo de tinta



beber café sem açúcar



e morrer de vontade no fim da tarde...



É ter fome no inverno e sede no verão
é dançar de olhos fechados e sonhar de olhos abertos
ou até mesmo escrever palavras desconexas num blog igualmente desconexo



como estou a fazer
agora.