17 de set. de 2009

Mermaids

Já era tarde alta quando a mais animada delas decidiu que era hora de ir brincar na beira do mar.Tinha sido um dia difícil,de mar revolto,cheio de ondas grandes que batiam no paredão de pedra,perto de onde viviam.A mãe pôs a mão nos olhos,como a esticar o olhar e disse-lhes que não se afastassem,pois Netuno parecia enfurecido.A família Aquamarina era mesmo engraçada: as trigêmeas,uma mãe prestimosa e um pai bonachão que vivia fora de casa, a desbravar os sete mares.Era um homem virtuoso e cheio de amor,dizia a mãe se derramando em cuidados.Marane nascera primeiro e sua paixão eram os bichos que moravam no fundo do mar,queria conhecer o mundo,mas sabia que antes teria que conhecer o seu quintal.Louca por estrelas do mar se derramava em sonhos quando as tinha na palma da mão.Já a Maraíza, a segunda,era a mais curiosa.Tinha sempre perguntas na ponta da língua e a mãe se via às voltas com seus questionamentos sempre corriqueiros:"Nosso mundo pode ser preso numa concha?","É verdade que Netuno tem 7 esposas?","Como se fazem as sereias?".Gostava de ter o mundo acerca de si e achava a vida um eterno mistério sempre envolta em acontecimentos que nem sempre tinham explicação.Já a Míriade,a mais ajuizada de todas, cabia a curiosidade acerca das coisas da terra dos homens.Toda e qualquer criatura que tivesse conhecido a terra lhe encantava e ficava horas à conversar com estes seres,indagando,discutindo,devaneando.As três irmãs eram cada uma à seu jeito, amantes da vida, e na tarde em que foram pegas numa rede de marinheiro,na tarde em que sufocadas de terror,foram parar numa frigideira escaldante da casa de um pescador,descobriram tarde demais que o homem,salvo algumas raras excessões,não estava preparado para o encontro com os seres oníricos de além mar.Não tinham olhos para vê-los, não mais acreditavam em sonhos de água.E nessa tarde que um pescador se vangloriou de ter pegado três peixes de vez,(pequenos demais,dissera,mas que davam para matar a fome) no fundo do mar uma mãe chorava a ausência de suas três filhas,pedaços de vida que nunca mais voltariam pra casa.

3 comentários:

Marco disse...

Puxa... Que história triste... As sereinhas eram tão bonitinhas...
(Fico com a impressão que você se inspirou para este belo conto ao ver essa gracinha de foto. Foi assim?)
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

Luciana disse...

Eu hein? Se eu soubesse não tinha lido. Esperava que pelo menos Mirí­ade conhecesse alguém na "Terra". Que fosse eu, contaria a ela muitos segredos de uma "garota bossa nova". Garanto que ela iria amar...

Jéssica disse...

Sim...o homem não está pronto pra muita coisa!