Abrira a caixa de um fôlego só.Era manhã e os passarinhos caminhavam para o que seria o último(mas não derradeiro) passeio nos arrebóis do céu daquele ano. Ela baixou a cabeça e se deixou demorar naquela caixa envelhecida de papelão. No último dia do ano anterior, ela decidiu que não iria mais deixar soltas as coisas e acontecimentos que lhe fossem importantes e teve a idéia de guardar na caixa, tudo o que lhe acontecesse, fosse bom ou ruim,mas desde que tivesse alguma ligação com seu crescimento interior ou seu ao redor. E assim no ano que se seguira, ela foi guardando o que lhe era mais caro e foi dessa maneira que lá foram parar por exemplo, a inflamação nas articulações que a acometeu em janeiro e a maneira como ela não soube lidar com essa novidade que assim como veio se foi:inesperadamente.Foram para a caixa também, a frustração de não ter ido para a festa de yemanjá nem para a lavagem do bomfim, em fevereiro e de Março guardou as novidades que chegaram com a yoga que apesar dela achar interessante não teve ânimo de continuar e do curso de francês que a apresentou a um novo mundo de sons e sabores. Em março, teve também a volta às aulas de dança de salão e ela descobriu que o zouk era o ritmo da sua alma e que quando o dançava se encontrava com Deus. Em março ainda, começaram as aulas do Doutorado em Comunicação e cultura contemporâneas que a tiraram do recesso acadêmico de 3 anos e a aproximaram do universo da análise fílmica, desvendando para ela um mundo inteiro de teorias que a deixaram boquiaberta. E o ano seguiu sem maiores tropeços, na sua cotidianidade diária, com os meses se passando sem que nada acontecesse, abril, maio, junho, julho, agosto. Em setembro, o stress nas alturas e o sobrepeso resultado da má alimentação do ano todo.Já outubro, trouxe a volta dos dreadlocks e novembro, desavenças no trabalho e o dia nacional da cultura negra que a ocupou o mês inteiro. No fim de novembro um reencontro e a certeza de que a vida podia ser mágica e que apesar de misteriosa, trazia suas riquezas. Tudo a moça foi ensacando, empacotando, inserindo, acoplando, guardando. E tudo aquela caixa foi absorvendo, como se fosse um grande buraco negro a sorver asteróides e constelações.Agora ,no último dia do ano, a caixa ali estava, à vista. E tudo foi revirado, tudo foi reolhado,tudo saltando aos olhos novamente.Mais um final de ano chegara e ela não se dera conta de que a caixa estava abarrotada. Apesar de todas as dificuldades a caixa não deixava mentir. Coisas haviam acontecido, e boas ou ruins, agora faziam parte de sua vida. Sendo assim, caixa fechada, era ora de por outra em seu lugar, nova, tinindo, e esperar pelos acontecimentos do novo ano, por tudo o que ainda iria de vir, por tudo o que com certeza ia acontecer.
Imagem: Google imagens
6 comentários:
Que venham outras caixas...
Linda a mensagem.
Esse ano vou montar a minha caixa. No final do ano, espero no mínimo, ter aprendido com tudo pelo q irei passar. Não quero simplesmente jogar tudo fora, a gente tem que tirar proveito daquilo q nos é dado (bom ou ruim).
Um ótimo fds. Bjos.
Feliz ano novo menina! Que tudo de bom aconteça para você nesse ano que acabou de chegar!
um beijo,
MF.
POis é isso aí! QUe venham muitas caixas todas com suas alegrias, dificuldades e acima de tudo aprendizados, assim como a caixa que Pandora abriu e lá no fundo havia a esperança em meio a tantas desgraças que foram derramadas. Um grande abraço de quem passou a te admiriar muito. Feliz 2009!
Puxa, amiguinha...
Sua caixa tem muitas coisas bonitas. Mais que coisas desagradáveis. Significa que você teve um ANO SIM. Maravilha! Que 2009 seja melhor ainda e seus sonhos enfeitem mais uma caixa com pequenas maravilhas. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
caixa cheia é sinonimo de historia pra contar, e isso é um otimo resultado pra um ano que se passou! so não deixa as memorias mofarem, ta? rs
beijocas!
Postar um comentário