1 de jan. de 2009

31 de dezembro


Abrira a caixa de um fôlego só.Era manhã e os passarinhos caminhavam para o que seria o último(mas não derradeiro) passeio nos arrebóis do céu daquele ano. Ela baixou a cabeça e se deixou demorar naquela caixa envelhecida de papelão. No último dia do ano anterior, ela decidiu que não iria mais deixar soltas as coisas e acontecimentos que lhe fossem importantes e teve a idéia de guardar na caixa, tudo o que lhe acontecesse, fosse bom ou ruim,mas desde que tivesse alguma ligação com seu crescimento interior ou seu ao redor. E assim no ano que se seguira, ela foi guardando o que lhe era mais caro e foi dessa maneira que lá foram parar por exemplo, a inflamação nas articulações que a acometeu em janeiro e a maneira como ela não soube lidar com essa novidade que assim como veio se foi:inesperadamente.Foram para a caixa também, a frustração de não ter ido para a festa de yemanjá nem para a lavagem do bomfim, em fevereiro e de Março guardou as novidades que chegaram com a yoga que apesar dela achar interessante não teve ânimo de continuar e do curso de francês que a apresentou a um novo mundo de sons e sabores. Em março, teve também a volta às aulas de dança de salão e ela descobriu que o zouk era o ritmo da sua alma e que quando o dançava se encontrava com Deus. Em março ainda, começaram as aulas do Doutorado em Comunicação e cultura contemporâneas que a tiraram do recesso acadêmico de 3 anos e a aproximaram do universo da análise fílmica, desvendando para ela um mundo inteiro de teorias que a deixaram boquiaberta. E o ano seguiu sem maiores tropeços, na sua cotidianidade diária, com os meses se passando sem que nada acontecesse, abril, maio, junho, julho, agosto. Em setembro, o stress nas alturas e o sobrepeso resultado da má alimentação do ano todo.Já outubro, trouxe a volta dos dreadlocks e novembro, desavenças no trabalho e o dia nacional da cultura negra que a ocupou o mês inteiro. No fim de novembro um reencontro e a certeza de que a vida podia ser mágica e que apesar de misteriosa, trazia suas riquezas. Tudo a moça foi ensacando, empacotando, inserindo, acoplando, guardando. E tudo aquela caixa foi absorvendo, como se fosse um grande buraco negro a sorver asteróides e constelações.Agora ,no último dia do ano, a caixa ali estava, à vista. E tudo foi revirado, tudo foi reolhado,tudo saltando aos olhos novamente.Mais um final de ano chegara e ela não se dera conta de que a caixa estava abarrotada. Apesar de todas as dificuldades a caixa não deixava mentir. Coisas haviam acontecido, e boas ou ruins, agora faziam parte de sua vida. Sendo assim, caixa fechada, era ora de por outra em seu lugar, nova, tinindo, e esperar pelos acontecimentos do novo ano, por tudo o que ainda iria de vir, por tudo o que com certeza ia acontecer.
Imagem: Google imagens

6 comentários:

Pipa disse...

Que venham outras caixas...

Marianna disse...

Linda a mensagem.
Esse ano vou montar a minha caixa. No final do ano, espero no mínimo, ter aprendido com tudo pelo q irei passar. Não quero simplesmente jogar tudo fora, a gente tem que tirar proveito daquilo q nos é dado (bom ou ruim).
Um ótimo fds. Bjos.

Maria Fernanda disse...

Feliz ano novo menina! Que tudo de bom aconteça para você nesse ano que acabou de chegar!

um beijo,
MF.

Mago disse...

POis é isso aí! QUe venham muitas caixas todas com suas alegrias, dificuldades e acima de tudo aprendizados, assim como a caixa que Pandora abriu e lá no fundo havia a esperança em meio a tantas desgraças que foram derramadas. Um grande abraço de quem passou a te admiriar muito. Feliz 2009!

Marco disse...

Puxa, amiguinha...
Sua caixa tem muitas coisas bonitas. Mais que coisas desagradáveis. Significa que você teve um ANO SIM. Maravilha! Que 2009 seja melhor ainda e seus sonhos enfeitem mais uma caixa com pequenas maravilhas. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

manuela disse...

caixa cheia é sinonimo de historia pra contar, e isso é um otimo resultado pra um ano que se passou! so não deixa as memorias mofarem, ta? rs

beijocas!