21 de dez. de 2008

Gatos


Caminhos de sol,lembranças que permanecem em mim.Tento puxar pela memória,mas não consigo lembrar de onde vem esta minha paixão pelos gatos.Há pessoas que amam cavalos,outras que amam passarinhos em gaiolas,outras que até amam ramisters.Eu,amo gatos.Brancos,amarelos,vermelhos,malhados.Gatos.Para mim,os gatos têm algo de mágico,e por sob suas patas parecem esconder o mundo.Me encanta vê-los brincar numa tarde fresca,como se a vida fosse uma eterna festa,como se o mundo não fosse movido pelo dinheiro,ou coisas assim.Me encanta a maneira como se entregam absortos quando estão dormindo,como se enroscam e ronronam quando querem carinho.Considerado sagrado no Egito, o gato para mim sempre foi sagrado também,sagrado lugar de repouso,onde muitas vezes descansei minh'alma cansada.Lembro certa vez de um caso curioso que aconteceu comigo,lá pelos indos de antigamente,quando eu tinha então sete anos.Havia aprontado na escola,e como reprimenda fiquei sem ver tv a tarde toda.Lembro-me perfeitamente da roupa que eu vestia e do modo como chorei por horas à fio...Num determinado momento abri a janela do meu quarto,e não tinham se passado nem dez minutos,quando pela janela entrou um gato malhado.Que susto!pensei.Mas logo quedei-me satisfeita,que bom era ter uma companhia ao meu lado naquela tarde de lágrimas e imcompreensão.O gato miou,deu voltas em meu quarto e deitou-se em meu colo.Nada lhe perguntei.Nada quis saber dele.De onde tinha vindo,o que procurava,nada.Durante o tempo em que estivemos juntos imperou um silêncio de pedra entre a gente,nem um dos dois ousava ferir aquele momento,com palavras ou miados de desconfiança,um momento que parecia se equilibrar no fio sensível de uma corda de violino e qualquer passo em falso, algo seria quebrado.Mas assim como veio, a tarde findou,e no começo da noite o gato dava mostras de querer ir embora.E foi com a alma quebrantada que o vi partindo lépido e fagueiro pela janela afora. Ainda hoje não sei ao certo o que aconteceu,não sei se foi sonho ou realidade,se foi o simples desejo de não estar sozinha que fabricou a imagem daquele gato,mas o fato é que naquela tarde em que chorei,tive Deus comigo.
Imagem: All Posters

8 comentários:

Anônimo disse...

"como se a vida fosse uma eterna festa...". Amei seu post! Que bom que você ama a nós gatinhos. Faz muito bem, sabia? Miaaauuu...

Rosana disse...

hummm...
interessante....rs...

eu, particularmente nao gosto de gatos, pq tenho alergia... mas sao fofinhos...

beijooo e bom domingo.

Pipa disse...

Ja gostei de gatos. Mas o destino e a genética fizeram com que eu deixasse de gostar. Não tenho nada contra. Nem a favor. Muito pelo contrário.
Mas uma coisa é fato: gostei do que você escreveu.

8)

Carlos Filipe Pinto Vinagre disse...

Convido a visitar:

www.kronospoesis.blogspot.com ;
www.pos-contemporaneidade.blogspot

Cin disse...

Não morro de amores por gatos, mas não os detesto como muita gente declara, acho-os belos dominantes e egoístas, mas são cativantes e poderosos. São misteriosos por isso, interessantes. Um big beijo e tudo de bom.

rafael velasquez disse...

eu tenho alergia, mas nada contra. só que fiquem longe. rs

*Lusinha* disse...

Contrária a você, não gosto muito de gatos. Sou desconfiada desses bichos, acho que eles cheiram a traição. Mas quem gosta de gatos, fica bravo comigo quando digo isso...
Bjitos!

Dayane disse...

Ahhhh,que lindo!

Tbm gosto muito de gatos.E adorei esse blog seu =).Até fui fuçar seu orkut,huhuhuhuhu .E vi que vc é professora de literatura.Mais poético impossível.