6 de dez. de 2008

Por entre luzes e câmera



Não. Eu não sou a Júlia Roberts. Não tenho a sua boca,não tenho o seu sorriso,não tenho o seu olhar. Não, eu não sou uma famosa atriz de cinema internacional. Levo minha vida dando aulas,lendo,escrevendo,falando de literatura para jovens imaturos e um tanto apáticos que me olham e muitas vezes não me vêem, em salas de aula que mais parecem muitas vezes prisões de onde eu quero fugir, que eu quero esquecer. Não, eu não ganho um maravilhoso e monumental salário.O que ganho mal dá para minhas economias e vaidades femininas. O que ganho ainda não me permite vôos mais longos e rasantes. Acho até que do jeito que a coisa vai,qualquer dia desses eu acabo caindo da nuvem azul de sonhos em que vivo. Não, eu não acabei de ter filhos gêmeos. Eu não casei com meu assistente de fotografia, eu não deixo multidões de boca aberta, eu nunca fiz um filme em que apesar de nele fazer o papel de uma prostituta,isso foi o que menos importou,porque o meu sorriso roubou a cena todo o tempo. Bom,eu posso até não ser a Júlia Roberts. Mas tenho pelo menos uma coisa que ela também tem: a força natural, a água que nunca seca e que faz parte de toda mulher. O viço inesgotável, a alma inconseqüente,e muitas vezes o brilho opaco que aparece em dias de chuva. Não,eu não estou em minha melhor fase.Sinto dores,tenho marcas,manchas que demoram para sair.Mas se desejam saber,a minha luta é diária e ela não tem nada de cinematográfica. É apenas uma mulher comum,rodando e gravando diariamente impressões por onde ela passa,percorrendo seu set de trabalho,estudando as prováveis Premières de suas aulas assistidas por multidões invisíveis. Eu amo olhar para a moça aí de cima. Ela é mágica. É doce, é linda, simplesmente Júlia. Mas eu não sou a Júlia Roberts. E digamos que não sê-la não me deprime. Muito pelo contrário. Não me agradaria nunca o fato de não ter privacidade.Ser super star também tem suas desvantagens. Me orgulho muito de ser quem sou e a cada dia pela manhã eu sinto que dou um passo novo. O grande diretor lá em cima tem muito prestígio.E lhes conto um segredo: ele gosta de mim. Sem sua ajuda eu não estaria viva. Viva para lutar,trabalhar, ir ao cinema.Viva para compreender que eu não sou a Júlia Roberts, e afinal de contas como é maravilhoso não o ser,como é maravilhoso ser eu mesma,sem máscaras ou maquiagem,uma super star assalariada,com seu nome escrito não na calçada da fama,mas nas calçadas da vida,por onde passo todos os dias.
Imagem: Google imagens

6 comentários:

Estava Perdida no Mar disse...

Eu não sou a Beyonce, mas adoraria cantar daquele jeito e ter aquele bundão...rs

Ah, mas como é bom ser aquilo que se é.

Beijos
Ah, é claro q pode voltar no meu blog quantas vezes quiser.

Temos uma comunidade no orkut: "confraria dos blogueiros". Procura lá.

Beijocas

Marco disse...

Que texto bonito, amiga!
Olha, você não é a Julia Roberts, mas tenho certeza de que tem dias que ela bem que gostaria de ser uma garota bossa nova, e dar aulas, e andar pelas ruas sem ser endeusada, enfim... a imagem que a Julia prega na tela, pode não corresponder a dela quando as luzes apagam a a câmera para de rodar. Você tem suas marcas, suas manchas, mas elas são suas, você as conquistou uma a uma. A julia tem as delas e deve se orgulhar delas também. Gostei muito do seu texto. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

juliana disse...

Eu não sou a Angelina Jolie! Mas me casaria com Brad Pitt!
ahahaahhaha
Adorei o texto e o blog!
Obrigada pela visita e volte sempre lá!
Beijao

paulo gonçalves disse...

Interessante. Parabens pelo blog.

Cin disse...

Só posso te dar os parabéns por tamanha inspiração expressa nesse post.
Bjos e boa semana!

*Lusinha* disse...

Depois dessa, não desejo mais ser a Julia Roberts. hihihi
Bjitos!